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Ana Breda Universidade de Aveiro, Portugal GeoGebra: Uma Colaboração Bem-Sucedida na Minha Carreira Académica Ao longo do meu percurso como docente universitária, o GeoGebra foi-se consolidando progressivamente como uma ferramenta indispensável, tanto na minha prática letiva como na investigação que desenvolvi — e continuo a desenvolver — em Matemática e em Educação Matemática. Ao possibilitar a construção e exploração dinâmica de conceitos matemáticos, o GeoGebra atua como facilitador da sua compreensão e da antecipação de algumas das suas propriedades, desempenhando um papel decisivo na promoção e formulação de conjeturas. É certo que algumas dessas conjeturas são rapidamente refutadas ou validadas matematicamente, mas outras transformam-se em verdadeiros quebra-cabeças, exigindo um maior grau de aprofundamento e amplitude de conhecimentos matemáticos, o que abre caminho a investigações em diversas áreas. Nesta apresentação, partilharei convosco episódios significativos em que o GeoGebra desempenhou um papel central e decisivo no meu percurso como docente e investigadora. Ana Breda, matemática e Professora Associada com habilitação na Universidade de Aveiro, Portugal, obteve o seu doutoramento em Geometria e Topologia em 1989. Leciona cursos de Matemática direcionados a futuros educadores e professores de Matemática, e os seus interesses de investigação centram-se nos aspetos computacionais, geométricos e algébricos das interseções de superfícies, integrando funcionalidades de software de geometria dinâmica, além de manter um firme compromisso com a educação matemática. É membro do comité português da Comissão Internacional de Instrução Matemática (ICMI) e coordenadora da Linha Temática GEOMETRIX do Centro de Investigação e Desenvolvimento em Matemática e Aplicações (CIDMA). |
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Astrigilda Pires Rocha Silveira
Universidade de Cabo Verde GeoGebra e STEAM: Impulsionar a Formação de Professores e a Inovação Curricular em Contextos Africanos de Língua Portuguesa A integração de tecnologias digitais no ensino da Matemática tem emergido como uma estratégia crucial para melhorar a qualidade da educação e preparar os alunos para os desafios do século XXI. Neste sentido, esta comunicação explora os impactos da formação de professores em GeoGebra, realizada em Cabo Verde e Moçambique, na promoção de práticas pedagógicas inovadoras e no desenvolvimento profissional docente. A iniciativa, ancorada na abordagem STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática), visa reforçar as competências dos professores na utilização de ferramentas digitais para criar ambientes de aprendizagem mais dinâmicos e contextualizados. Tanto em Cabo Verde como em Moçambique, a certificação de docentes como formadores em GeoGebra evidencia um impacto direto na qualificação profissional do corpo docente e na produção de conhecimento científico. Em Cabo Verde, a formação influenciou diretamente a elaboração de vários trabalhos de fim de curso e dissertações de mestrado que utilizaram o GeoGebra como ferramenta de investigação. Além disso, contribuiu para uma reforma curricular abrangente, integrando o GeoGebra nos novos programas, manuais escolares e recursos didáticos alinhados com as exigências contemporâneas. Apesar dos avanços, observou-se a falta de compromisso de alguns docentes no processo formativo, o que evidencia a necessidade de políticas públicas que promovam a sustentabilidade das práticas inovadoras. Neste contexto, em Cabo Verde, o Plano de Carreiras, Funções e Remunerações (PCFR) de 2025 oferece um enquadramento estratégico para integrar a formação em GeoGebra e a lógica STEAM na progressão da carreira docente, promovendo o enriquecimento dos recursos didáticos, a diferenciação pedagógica e a inovação nos processos de ensino-aprendizagem. Além disso, o Governo está a desenvolver um “Sistema Nacional Integrado de Formação Contínua e Inicial de Professores”, atualmente em fase de regulamentação, que poderá beneficiar do know-how do Instituto GeoGebra da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV). Os resultados apontam para o facto de que a formação contínua em tecnologias digitais, combinada com a abordagem STEAM, é fundamental para responder aos desafios educativos atuais e preparar os estudantes para os contextos futuros. O GeoGebra e a abordagem STEAM podem constituir estratégias eficazes para apoiar os governos na implementação de reformas curriculares e na melhoria da qualidade da educação em contextos africanos de língua portuguesa. Astrigilda Pires Rocha Silveira é Licenciada em Matemática – Ramo de Ensino pela PUCRS, no Brasil, Mestre e Doutorada em Multimédia em Educação pela Universidade de Aveiro, em Portugal, e Pós-Doutorada em Educação Matemática pelo Centro de Investigação e Inovação em Educação do Instituto Politécnico do Porto, Portugal. É professora de carreira na Universidade Pública de Cabo Verde, contando com 25 anos de experiência no ensino superior. Foi Vice-Reitora da Uni-CV entre 20/04/2016 e 20/05/2020. Atuou como consultora no Projeto de Formação de Formadores em GeoGebra em Moçambique e Angola. Desde 2017, é Diretora do Instituto GeoGebra na Uni-CV e desenvolve investigação nas áreas da Educação Matemática e da Educação STEAM, com especial enfoque na formação inicial e contínua de professores. |
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Claúdia Lisete Oliveira Groenwald
Universidade Luterana de Brasil O Conhecimento Pedagógico do Professor de Matemática e a Importância da Utilização das Tecnologias na Educação Matemática O conhecimento pedagógico do professor de Matemática vai além do domínio dos conteúdos matemáticos; envolve também a compreensão de como ensiná-los, integrando recursos didáticos e tecnológicos ao planejamento pedagógico. Nesse contexto, o uso das tecnologias digitais na Educação Matemática potencializa formas inovadoras de ensinar e aprender. Nesta conferência, serão discutidos o uso de objetos de aprendizagem desenvolvidos no software GeoGebra, organizados em sequências didáticas investigativas que promovem o desenvolvimento do pensamento matemático. Claudia Lisete Oliveira Groenwald é Licenciada em Matemática, Especialista em Educação Matemática, Doutorada em Ciências da Educação pela Pontifícia de Salamanca, em Espanha, e possui um Pós-Doutoramento pela Universidade de La Laguna, em Tenerife, Espanha. Desenvolve a sua atividade na Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) e na Universidade Franciscana (UFN), no Brasil, estado do Rio Grande do Sul. Integra o Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática. As suas linhas de investigação incluem: currículo em Educação Matemática, ensino e aprendizagem em Educação Matemática e tecnologias na Educação Matemática. |
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Ho Weng Kin
Universidade Tecnológica de Nanyang, Instituto Nacional de Educação, Singapura TBA |
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Mathias Tejera Universidade Tecnológica, Uruguay / Universidade Johannes Kepler, Austria GeoGebra, modelação matemática e impressão 3D: novas possibilidades para a sala de aula de Matemática As tecnologias emergentes estão a redefinir a sala de aula de Matemática, ao oferecerem novas oportunidades pedagógicas e metodológicas. Ferramentas como o GeoGebra e a impressão 3D afirmam-se como recursos essenciais que facilitam a integração da modelação matemática em contextos educativos (Ng et al., 2017; Graham et al., 2021). Esta comunicação tem como objetivo partilhar experiências concretas sobre como integrar estes recursos nas aulas de Matemática. A modelação matemática permite aos alunos enfrentar problemas autênticos através da simplificação de situações complexas (Blum & Borromeo, 2009) e da exploração de relações matemáticas por meio de representações visuais dinâmicas geradas com o GeoGebra (Tejera, 2021). A impressão 3D complementa este processo ao materializar modelos matemáticos, gerando objetos tangíveis que facilitam a compreensão de conceitos abstratos (Witzke & Hoffart, 2016; El Bedewy et al., 2021a). Durante a comunicação, serão discutidos exemplos didáticos concretos em que os alunos realizam tarefas de modelação geométrica em contextos de design arquitetónico e noutros cenários reais, exemplificando como estes processos contribuem significativamente para a compreensão matemática (Tejera et al., 2022; El Bedewy et al., 2022). Adicionalmente, numa perspetiva investigativa, serão brevemente apresentados dois quadros teóricos relevantes: o ciclo de modelação matemática proposto por Blum e Leiß (2007) e a teoria da gênese instrumental de Rabardel (2002), que fundamentam as decisões pedagógicas e metodológicas tomadas. Será também abordada a escolha específica do GeoGebra como ferramenta tecnológica para a modelação matemática e impressão 3D em contexto educativo, salientando a sua capacidade de integrar dinamicamente múltiplas representações matemáticas e de facilitar a instrumentalização e a instrumentação no processo de aprendizagem matemática (Villa & Ruíz, 2010; Rabardel, 2002). Por fim, refletir-se-á sobre os desafios e oportunidades pedagógicas que estas tecnologias emergentes representam, sublinhando a importância da sua integração na formação inicial e contínua de professores, com vista à promoção de um ensino da Matemática mais significativo, motivador e ligado à realidade dos alunos (Ford & Minshall, 2019; Günster & Weigand, 2020). Mathias Tejera é assistente universitário no Departamento de Educação STEM da Universidade Johannes Kepler de Linz, na Áustria, onde desenvolve atividades de investigação e docência. É também docente responsável pela disciplina de Tecnologias Educativas na Universidade Tecnológica (UTEC) do Uruguai. Atualmente, encontra-se a concluir o doutoramento na Universidade Johannes Kepler. |
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Pedro Quaresma Universidade de Coimbra, Portugal O raciocínio indutivo e dedutivo no GeoGebra Dadas as suas propriedades formais, lógicas e espaciais, a geometria permite o desenvolvimento de sistemas integrados nos quais podem ser exploradas abordagens indutivas e dedutivas. O desenvolvimento de sistemas de demonstração automática de teoremas de geometria e de sistemas de geometria dinâmica teve início como iniciativas separadas, mas a sua fusão em sistemas integrados encontra-se atualmente em curso. Pedro Quaresma obteve o seu doutoramento em Informática, na área de Fundamentos da Ciência da Computação, pela Universidade do Minho em 1998, e é atualmente Professor Auxiliar no Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra. Conta com mais de 83 artigos publicados com revisão por pares, dos quais 18 são artigos em revistas indexadas (ISI e/ou Scopus), 12 artigos em Lecture Notes in Artificial Intelligence (LNAI), e possui também 18 publicações como editor de volumes da LNAI e da Electronic Proceedings in Theoretical Computer Science (EPTCS). Integra o Centro de Informática e Sistemas da Universidade de Coimbra (CISUC). As suas áreas de investigação incluem a dedução automática e a gestão do conhecimento em geometria, bem como as aplicações das TIC na educação. |
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Rafael Losada Liste Instituto GeoGebra de Cantabria GeoGebra, o explorador matemático Encontras-te num lugar selvagem e desconhecido. Estás despido. Sentes sede, fome e frio. Tudo te parece estranho. Estás desorientado e não sabes o que fazer, para onde ir ou como te mover. De repente, descobres um baú. No seu interior, encontras roupa e calçado, água e provisões, um estojo de primeiros socorros, uma bússola, um mapa detalhado e todo o tipo de ferramentas e utensílios para te protegeres e abrires caminho. Tens 15 anos. A Matemática é um mistério para ti, algo que te causa medo. Mas acabaste de descobrir o GeoGebra. Licenciado em Matemática em 1981, exerceu funções como professor do Ensino Secundário desde 1982, na Galiza, em Madrid e nas Astúrias. Foi membro da equipa responsável pela discussão do Desenho Curricular Base de Matemática na Galiza em 1989 e integrou a equipa que elaborou o currículo mínimo de Matemática da LOE em 2006. Possui o certificado de GeoGebra Institute Trainer do International GeoGebra Institute (IGI) e pertence ao Instituto GeoGebra da Cantábria (IGC), do qual é Formador. É membro do grupo espanhol G4D para a divulgação da Geometria Dinâmica, com o qual participou no projeto europeu Intergeo, e coautor do Projeto Gauss. Para além do seu trabalho com o GeoGebra, realizou apresentações e publicou artigos sobre Resolução de Problemas, Matemática Recreativa e a relação entre Música e Matemática. E, embora já esteja reformado, continua entusiasmado por aprender. |
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Tommy Tanu Wijaya
Escuela de Ciencias Matemáticas, Universidad Normal de Pekín, China. Fatores-Chave para a Adoção do GeoGebra entre Professores do Ensino Básico na China O software de matemática dinâmica, como o GeoGebra, revolucionou o ensino de conceitos matemáticos complexos, tornando-se uma ferramenta crucial para um ensino eficaz no 1.º ciclo do ensino básico. No entanto, a integração destas tecnologias nas escolas primárias da China ainda não se encontra amplamente difundida. Este estudo procura colmatar essa lacuna, identificando os fatores-chave que influenciam a adoção do GeoGebra entre 266 professores do ensino básico nas províncias de Hunan e Guangdong. Os nossos resultados revelam que as Condições Facilitadoras — como o acesso a recursos e o apoio institucional — são os principais impulsionadores da utilização do GeoGebra, sendo igualmente significativa a influência da Expectativa de Esforço na predisposição dos docentes para integrar esta ferramenta nas suas práticas pedagógicas. A relevância destes fatores sublinha uma conclusão essencial: para que a adoção tecnológica seja bem-sucedida, o apoio infraestrutural e administrativo é tão importante quanto as próprias características tecnológicas. Com base nestes resultados, recomendamos que os líderes educativos e os decisores políticos concentrem os seus esforços na melhoria das condições facilitadoras, através da disponibilização de sistemas de apoio mais robustos e oportunidades de formação contínua. Este estudo contribui para o discurso mais alargado sobre tecnologia educativa ao destacar estratégias institucionais específicas que podem ajudar a maximizar os benefícios pedagógicos do software de matemática dinâmica nas escolas do ensino básico. O Prof. Assistente Tommy Tanu Wijaya, PhD, é um dedicado educador e investigador em Matemática, natural da Indonésia, que atualmente exerce funções como Investigador Júnior no Instituto Nacional de Investigação para Materiais Didáticos de Matemática, em Pequim, China. Desempenha igualmente o cargo de Responsável pelos Assuntos Académicos no Espaço Maker do Curso de Matemática da Universidade Normal de Guangxi, na China. |
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Representante da Equipa do GeoGebra (TBA) GeoGebra: Presente e Futuro Junta-te ao representante da equipa do GeoGebra numa viagem inspiradora pelo presente e futuro do GeoGebra! Esta sessão explorará de que forma o GeoGebra tem revolucionado o ensino da Matemática ao longo dos anos e como continua a evoluir como uma poderosa ferramenta para o ensino e a aprendizagem. |